Assembleia de Luz — Autores diversos


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Dor n

(A dor)

1 Vi a dor caminhando em negra estrada,
Qual megera da sombra, em noite escura,
E perguntei, rolado de amargura;
“Por que nasceste, bruxa desvairada?”


2 “Por que ostentas a espada estranha e dura,
Sobre o seio da vida atormentada,
Reduzindo à miséria, cinza e nada
Todo o sonho da paz e da ventura?”


3 Mas a Dor respondeu; “Cala-te, amigo!
Na torturada senda em que prossigo,
O veneno do mal morre infecundo.


4 “Sem meu gládio que salva, pouco a pouco
O homem padeceria cego e louco
Em tenebrosos cárceres do mundo!”


Anthero de Quental



[1] O título entre parênteses é o mesmo da mensagem original e seu conteúdo, diferindo nas palavras marcadas, foi publicado em 30-01-1972 pela LAKE e é a 11ª do livro “Através do Tempo.” — Esse capítulo foi restaurado: Texto restaurado.


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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