Mãos marcadas — Autores diversos


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Tudo claro n

Depois da morte, não é o espetáculo grandiloquente dos mundos que te assombrará o Espírito redivivo.

Por mais que se deslumbre a criança num palácio de maravilhas, não se verá exonerada da imposição do crescimento.

Tudo é sequência nos trilhos do Universo… Não terás a maior revelação na luz de Sírio ou na paisagem de Júpiter…

A surpresa estarrecedora flui de nós mesmos: Na contemplação do que fomos e somos… Sem subterfúgios… Sem máscaras… Sem mentiras… Tudo lógico, tudo vivo, tudo claro.

Enquanto nos sobrepuja a natureza animal, nossa mente rasteja na argila vil, e, em razão disto, havemos de sujeitar-nos a reiteradas experiências no campo físico, em obediência às leis que presidem a vida vegetativa.

Quando, porém, a existência nos propicia o ensinamento superior, por se nos ter a tal ponto modificado a estrutura anímica, [enceta-se o domínio do nosso Espírito na ordem evolutiva, começa a vibrar nosso pensamento] em onda de frequência já mensurável, e nossa mente, cada vez com maiores responsabilidades, projeta-se em linhas de força de nitidez crescente.

As emissões do presente aclaram-nos o pretérito, que, então, pode ser fotografado num segundo. Através do hoje, ressurge o ontem…

A existência no corpo de carne é a chapa negativa. A morte é o banho revelador da verdade, porque a vida espiritual é a demonstração positiva da alma eterna.

Se inutilmente recebemos a lição renovadora do amor, com possibilidades inúmeras para a execução dos desígnios do Senhor entre as criaturas, retendo, em vão, os dons celestes do conhecimento, então, ai de nós! Porque a justiça nos pedirá contas… Porque a fé nos arguirá… E porque a realidade nos falará duramente…

Não olvides que em nós mesmos reside a luz imperecedoura que em nosso caminho fará tudo claro, quando a nossa consciência, já esclarecida e responsável, se vê desnuda pelo sopro da desencarnação…


Antônio Americano do Brasil



[1] Essa mensagem, diferindo nas palavras marcadas e [entre colchetes], foi publicada originalmente em 1951 pela FEB e é a 35ª lição do livro “Falando à Terra.” — Esse capítulo foi restaurado: Texto restaurado.


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