Paz e libertação — Autores diversos


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Parentes mortos n

(À frente da morte)

Não olvides que além da morte continua vivendo e lutando o Espírito amado que partiu…

Tuas lágrimas são gotas de fel em sua taça de esperança. Tuas aflições são espinhos a se lhe implantarem no coração.

Tua mágoa destrutiva é como neve de angústia a congelar-lhe os sonhos.

Tua tristeza é sombra a escurecer-lhe a nova senda.

Por mais que a separação te lacere a alma sensível, levanta-te e segue para a frente, honrando-lhe a confiança com a fiel execução das tarefas que o mundo te reservou.

Não vale a deserção do sofrimento, porque a fuga é sempre a dilatação do labirinto que nos arroja à invigilância, compelindo-nos a despender longo tempo na recuperação do rumo certo.

Recorda que a lei de renovação atinge a todos e auxilia quem te antecedeu na grande viagem com o valor de tua renúncia e com a fortaleza de tua fé, sem esmorecer no trabalho — nosso invariável caminho para o triunfo.

Converte a dor em lição e a saudade em consolo porque, de outros domínios vibratórios, as afeições inesquecíveis te acompanham os passos, regozijando-se com as outras tuas vitórias solitárias, portas adentro de teu mundo interior.

Todas as provas objetivam o aperfeiçoamento do aprendiz e, por enquanto, não passamos de meros aprendizes na Terra, amealhando o conhecimento e a virtude, em gradativa e laboriosa ascensão para a Vida Eterna.

Deus, a Suprema Sabedoria e a Suprema Bondade, não criaria a inteligência e o amor, a beleza e a vida, para arremessá-la às trevas.

Repara em torno dos teus próprios passos. A cada noite no mundo, segue-se o esplendor do alvorecer.

O inverno áspero é sucedido pela primavera estuante de renascimento e floração.

A lagarta, que hoje se arrasta no solo, amanhã librará em pleno espaço com asas multicores de borboleta.

Nada perece.

Tudo se transforma na direção do Infinito Bem.

Compreendendo, desta forma, a Verdade, entesourando-lhe as bênçãos, aprendamos a encontrar na morte o grande portal da vida e estaremos incorporando, em nosso próprio Espírito, a luz inextinguível da Gloriosa Imortalidade.


Emmanuel



[1] O título entre parênteses é o mesmo da mensagem original e seu conteúdo, diferindo nas palavras marcadas, foi publicado em 1973 pelo CLARIM e é a 41ª lição do livro “Escrínio de Luz.” — Esse capítulo foi restaurado: Texto restaurado.


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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